quinta-feira, 26 de agosto de 2010

30 de Setembro de 2009.
Querido...
O que começou com uma conversa boba e sem segundas intenções se tornou um segredo compartilhado por duas únicas pessoas.
Um segredo que constitui princípios, mesmo quando não leva nenhuma gotícula do que seria efetivamente moral diante dos olhos alheios.
Ousamos nas palavras, desafiamos um ao outro, provocamos imaginações, sorrisos, olhares...
Comentei sobre não gostar de pessoas com o ego demasiadamente elevado, pessoas que sabem o que querem e que buscam conseguir mesmo quando são alertadas sobre o não poder. Algo como o dever ser e tudo mais.
Ainda posso recordar da resposta... algo que me fez, talvez pela primeira vez na vida, não saber o que dizer.
“Talvez você mude seus gostos” e, além disso, estipulou um prazo: “Dois dias...”. E eu ri, sem saber que quando o fazia, concordava com essa frase insolente e pretensiosa. Eu os mudei.
Você os mudou e depois disso foi uma questão de dias, horas, minutos e talvez segundos.
Foi questão de uma única palavra, foi questão de um único sorriso.
Não que fossemos desconhecidos, mas não consigo recordar-me de ti desta forma, talvez porque algo sempre ofuscasse seu brilho, talvez porque eu jamais imaginei olhar para você como olho atualmente.
Não é amor, paixão ou desejo.
É carinho. Ternura de quem reconhece a felicidade dentro de si mesmo, felicidade ocasionada por ti. Poderia ser qualquer pessoa, uma que conhecesse há anos, outra que fosse completamente desconhecida e sem vinculo algum, mas foi você. Foi você que me fez fechar os olhos para tudo o que eu achava literalmente moral e embarcar em uma aventura.
E em pensar que você sempre esteve tão perto...
Tenho que confessar que não esperava carinho, não mesmo. Algo automático, sem emoção, mas foi quase como na maioria dos filmes que, entre carícias, assistimos ao longo da noite. Carinhos inocentes, outros nem tanto. Beijos, corpos, abraços e respirações. Ríamos do nada, mas não era um nada incompreensível, era um nada que habitava cada pensamento, os meus e os teus. Pode parecer patético, mas eu me senti bem ao seu lado. Sem inibições, sem segredos, sem medo algum.
Teu perfume, dias depois, ainda está em mim, ainda me faz sorrir, isso quando você mesmo não rouba um sorriso meu.
Do que eu falo?
De alguém que no dia seguinte não me ignorou. Que hoje me deu um sorriso suficientemente lindo para que eu pudesse encarar os próximos dias que, longe de ti, mas complicados serão. Eu sei que falamos sobre liberdade, felicidade, confiança...
E eu estou honrando cada um destes requisitos, assim como você. Tenho medo, não posso negar...
Há algumas coisas que quando deito me atormentam, mas aconteça o que acontecer, ficaremos bem.
Sim, ficaremos no plural... Eu e você.




Com carinho... Me.

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