Hora de dormir...
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Tem dias que acordo bem.
Confiante. Alegre até.
E outros dias em que penso, definitivamente, este mundo não foi feito pra mim.
Não pertenço a este lugar.
Não é meu ninho e eu desejaria tanto voltar ao meu ninho, mas há muito já perdi o rumo, a forma de encontrá-lo.
Não sei bem o que significa esta sensação de ... não ter nada a preencher.
Mas, hoje, acredito na frase que diz que quando uma porta é fechada, abre-se uma janela.
Mas não quero contar com esta possibilidade. Nem animar-me olhando a vista para onde a janela leva.
Uma possível queda do 7º andar não está nos meus planos.
Vamos indo devagar.
Confiante. Alegre até.
E outros dias em que penso, definitivamente, este mundo não foi feito pra mim.
Não pertenço a este lugar.
Não é meu ninho e eu desejaria tanto voltar ao meu ninho, mas há muito já perdi o rumo, a forma de encontrá-lo.
Não sei bem o que significa esta sensação de ... não ter nada a preencher.
Mas, hoje, acredito na frase que diz que quando uma porta é fechada, abre-se uma janela.
Mas não quero contar com esta possibilidade. Nem animar-me olhando a vista para onde a janela leva.
Uma possível queda do 7º andar não está nos meus planos.
Vamos indo devagar.
Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alva
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alva
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.
"Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta e você me leva pra Creta, Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo bem."
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
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